quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Palestra São Bernardo, 50 anos de Ferrazópolis

Mudança de endereço: do centro para a periferia

O ano de 2013 marca uma data importante. Os cinqüenta anos da instalação do Palestra São Bernardo no bairro Ferrazópolis. A história do clube com o local é como a de um casamento prestes a completar bodas de ouro.

Tudo começou em 1959. O Alviverde era até então um jovem de 24 anos, mas já bastante amadurecido pelas grandes dificuldades que o acompanharam por quase toda vida. Acabara de deixar sete anos antes sua casa no coração de São Bernardo, o estádio da rua Marechal Deodoro, desapropriado para a construção da praça Lauro Gomes.

A saída da residência que lhe trouxe tantas alegrias e que o fez popular e querido lhe causou um grande trauma. O Palestra voltou à estaca zero. Muitos juravam ter dado um tiro de misericórdia  na instituição, mas não contavam que aquele bravo 'batateiro' de pronúncia italianada havia balançado tantos corações em São Bernardo e faria daquele momento difícil o início de um novo período em sua história. 

Prefeito Aldino Pinotti inspeciona obra de nivelamento do terreno ao lado dos diretores


E aqueles que juravam que o clube não resistiria ao despejo de sua sede tinham bons motivos para acreditarem no fim. Após o episódio, o Alviverde passou a se resumir a um jogo de onze camisas e mais ou menos 10 pessoas que não desistiram da ideia de manter viva aquela chama inciada em 1935 pelo também teimoso Alfredo Sabatini. Antes do Palestra, outras equipes da cidade já haviam sido extintas pela mesma razão: dar espaço ao progresso.

Sem campo, o time se viu obrigado a abandonar o sonho do profissionalismo, que havia iniciado dois antes. Mas, não se afastou totalmente dos gramados. O EC São Bernardo teve uma rara atitude entre dois times rivais emprestando seu estádio – o Ítalo Setti, mais tarde também desfeito – para que o Palestra mandasse seus jogos.

Os homens que representavam o Palestra entraram com um pedido de indenização daquele terreno cedido em comodato onde o clube havia feito algumas benfeitorias como a nivelação do terreno, arquibancadas de concreto, vestiários e escritório para a sede. Pelo antigo estádio, o Alviverde recebeu em 1957 a quantia de 30 mil cruzeiros. Era pouco. O Palestra queria ter novamente uma casa para chamar de sua.

Persistência premiada: A conquista do terreno

A política na época era algo presente na vida dos sambernardenses. As decisões e as rinchas agitavam a cidade. , e o Palestra estava em seu epicentro.

A sede da câmara dos vereadores era na mesma Marechal Deodoro onde ficava o antigo campo do Alviverde e do seu rival, o Esporte, localizada onde hoje está a Câmara de Cultura Antonio Assumpção.

Lauro Gomes, prefeito na época em que a antiga casa palestrina foi tomada queria retornar ao Executivo, Aldino Pinotti queria se reeleger. O ex-prefeito tinha apoio de oito vereadores no legislativo, o atual sete. Não seria simples um bom momento para aprovação por uma indenização ao Palestra.

Diretores posam para foto após construção do campo


O livro de Ademir Medici sobre o cinquentenário do clube, onde colhemos grande parte desses depoimentos, conta que a conquista foi uma verdadeira saga. Carlos Zimmerman era o presidente do Palestra. Ele foi chamado na prefeitura por Pinotti. O clube havia vencido no Rio de Janeiro a briga por uma indenização na última istância da justiça. O prefeito queria saber de que forma seria dado o pagamento.  

Zimmerman sabiamente escolheu por um terreno. Não seria em um local nobre como a Marechal Deodoro, logicamente, mas em um local afastado carente de grandes melhorias.

A escritura de comodato por 99 anos foi assinada no dia 21 de setembro de 1959. Ou seja, foi a data de noivado entre Palestra e a vila Ferrazópolis. O terreno de 15.808m² tinha o valor de 700 mil cruzeiros. Zimmerman, autor da assinatura, é o principal padrinho do enlace.

São Bernardo do Campo da época começava a se deparar com o inevitável progresso. As fábricas moveleiras foram se tornando mais raras, deram espaço às mon tadoras como Volkswagen, Ford, Scania, Karmann Ghia, Mercedez, assim, a alcunha de ‘capital do móvel’ mudou para ‘capital do automóvel’, a AutoCap brasileira.

Rapidamente, a aprazível cidade entre a capital e o litoral se tormou uma metrópole. Os morros deram espaços às periferias, o crescimento desordenado urbano e humano. Nessa mutação repetina muito do patrimônio histórico e cultural se perdeu.  São Bernardo ganhou outras faces.

O Ferrazópolis era um dos locais mais procurados por aqueles novos habitantes da cidade, em sua maioria mineiros e nordestinos atraídos pelo novo ‘eldorado’ brasileiro. A localização favorecia muito quem trabalhava na fábrica da Volkswagen, situada no bairro Demarchi.

O Palestra, filho de italianos e acostumado com o centro demorou um pouco para ser bem recebido por sua nova comunidade. Mas, isso não demoraria muito. O terreno necessitava de grandes intervenções. A começar pelo seu nivelamento. Tratava-se de uma enorme pirambeira, um barranco, que até o engenheiro Prestes Maia, - trazido a cidade por Pinotti - jurou ser impossível se contruir um campo de futebol. Ele conhecia mal os palestrinos.

Construção da nova casa

Se inciaram os desenhos de como seria a nova casa. Os dirigentes não queriam apenas um campo de futebol, o Palestra seria um clube poliesportivo. Para a nova casa estar pronta para o uso, o clube necessitaria de uma ajuda da prefeitura. O pedido foi feito e atendido. Os palestrinos ajudaram em toda preparação. Cyro Cassettari, grande nome da história, conta que ajudou a fixar o gramado no campo. 

O Palestra São Bernardo ia novamente retomando a cara de um clube. Os então ‘meninos do Nandinho’, jogadores na época da demolição, eram agora os diretores do Alviverde.

Nivelamento, alambrados, gramado... Demorou quase três anos para que tudo ficasse pronto. Em 06 de outubro de 1963 o Palestra inaugurou sua sede no Ferrazópolis. Era o dia do casamento. Começava uma nova fase na história do clube, o marco do renascimento.

Prefeito Geraldo Faria Rodrigues, eterno parceiro do Palestra

O sonho que Alfredo Sabatini tivera em 1 de setembro de 1935 sentado ao meio fio da praça Matriz chateado por ter sido preterido em sua equipe, continuava vivo. Estava concretizada a promessa daqueles jovens meninos que viram todo aquele patrimônio ser demolida enquanto treinavam em 1950: a de que jamais deixariam o Palestra acabar.

Chegara o dia. Na inauguração, o presidente era Theobaldo Coppini, outro grande palestrino, antigo jogador do clube. Coppini, como bom italiano, era firme em suas opiniões. Era dia de chuva em São Bernardo, como relata o livro de Ademir Medici. A inauguração foi feita às vésperas das eleições. O mesmo Lauro Gomes, por longos anos xingado nas ruas pelos palestrinos, foi quem deu o pontapé inicial do campo. O primeiro jogo foi entre Palestra x Seleção de Santo André. Vitória alviverde por 3x1.

Muito se pensou sobre como seria o nome do novo campo. O anterior era conhecido apenas como ‘campo do Palestra’. Cyro conta que pensaram em homenagear seu pai, José Cassettari. Foi José quem abrigou os pertences do clube enquanto este esteve sem casa fixa, tudo ficou em um barrancão no fundo de sua residência. Mas, os próprios filhos, Zeca e Cyro, recusaram a ideia. José participara pouco da vida esportiva do Palestra. Temerosos por não cometerem injustiças, o nome ficou: estádio Palestra de São Bernardo.

Pouco mais tarde foi construida na parte alta do clube, a quadra de basquete, que se seria depois um ginásio esportivo. A quadra levou o nome de Armando Giusti, o famoso Noronha. Giusti, Zimmerman e Nandinho (João Mariano de Campos) são os três principais nomes de toda história palestrina. Eles foram fundamentais por dar fôlego ao Palestra quando ele se via sem forças para levantar.

Novos tempos

Como envolver aquela comunidade em sua nova casa? Era o que se perguntavam os dirigentes. Desde o velho campo, a comunidade sempre teve papel importante na vida do Palestra. O clube era tido como o time do povo. Seu rival sempre fora mais elitizado, composto por nomes mais pomposos dentro de São Bernardo. No Alviverde, prevaleciam os italianos e os negros. Pessoas mais simples. Os italianos representavam a massa proletária daqueles anos 30 e 40, eram agricultores que deixavam a Itália em uma situação de grande pobreza. Os negros eram bem recebidos. Alguns recusavam trocar o clube pelo rival - mais forte na época – e outros saiam de lá para compor o Palestra. 

Alunos das escolinhas de futebol

Como negros e italianos se davam tão bem? Talvez a dificuldade unisse aqueles povos. Um fenômeno social! Os italianos da Toscana e do sul - a maioria dos que migravam para a América – são, históricamente, menos racistas do que os vindos do norte. Tanto que os sulistas e sicilianos, especialmente, costumam sofrer preconceito dentro do seu próprio país. O Palestra teve em seus quadros negros que marcaram a história. O principal deles e maior deles foi Nandinho. Um grande craque, habilidoso camisa número 11, segundo conta mais uma vez Cyro Cassettari.

Os novos palestrinos começaram a surgir à medida em que o clube passou a abrir suas portas. As famosas escolinhas de futebol, que contribui fundamentalmente na vida de muitos meninos ali, foi o grande propulsor desse novo tempo. No campo do Palestra as crianças do Ferrazópolis cresciam, mudavam de categoria e nutriam sentimento pelo clube.

Com a construção do ginásio de esportes (Geraldo Faria Rodrigues)  nos anos 70– essa é uma outra boa história a ser contada – logo, todo envolvimento com o bairro se ampliou. O Palestra voltou a sediar os famosos bailes de carnaval, shows de artistas, e claro, outros esportes. Handebol, vôlei, basquete, tênis de mesa, futsal, aeromodelismo, bocha, foram muitas as federações em que o clube se filiou e venceu.

Na décadas de 70, estabilizado em sua nova casa, o Palestra voltou à disputa do campeonato Municipal, e foi um dos melhores. Voltou a vencer em 1972, um título invicto e inesquecível. Repetiu o feito em 73. Tornou a ganhá-lo 77 e 78, dominou os campeonatos juniores no início de 80, e esse time foi a base do sonhado retorno ao profissionalismo, realizado em 1986. Mais de 30 anos depois.

O time era quase todo composto por gente do Ferrazópolis, a torcida, logicamente também. ‘Ferrão da Vila’, era esse a nova alcunha do Palestra. Um time forte e vencedor comandado pelo famoso professor José Rossi.

Geração profissional

O Palestra fez boa campanha em 1986 no retorno ao profissionalismo. Havia uma expectativa e um saudosismo enorme em cima daquela equipe que devolvia o orgulho a seus torcedores tantos anos depois. Muitos que faziam parte do clube não haviam visto aquele time em campo pelo futebol profissional, mas outros tinham nele um verdadeiro ‘sonho realizado’. Rossi não comandou a equipe, logo no início fez uma carta elegante e educada á direção e se desligou. Benê assumiu.

O primeiro reencontro entre os dois eternos rivais batateiros pelo profissional foi cercado de expectativa. O Esporte Clube São Bernardo, que estava no profissionalismo há mais tempo, bem mais consolidado e vivendo um de seus melhores momentos na história era a equipe a ser batida. No mesmo ano ele chegaria muito perto de subir à elite paulista. Porém, o Alviverde era guerreiro e conseguiu um empate memorável em 1x1 no estádio Baetão.

Um dos jornalistas esportivos mais reconhecidos no tempo atual, Paulo Vinícius Coelho, recorda que estava em início de carreira na oportunidade e lembra que a partida foi inesquecível. Os jogos do Palestra passaram a ser no estádio Humberto de Alencar Castelo Branco, o Baetão. O campo palestrino não tinha dimensões oficiais.

Mas, o Palestra ainda não havia amadurecido e fez em 1987 outro bom campeonato sem chegar à fase final. A torcida começava a retomar o gosto de ver o clube em campo disputando o Paulista. Era um bom time. Em 1988 finalmente o Palestra conseguiu alcançar as fases finais.

1992: A ideia era manter o Palestra no profissionalismo. O clube tinha boas categorias de base e neste ano venceu o Paulista de Juniores da 2º divisão, um dos dois únicos títulos profissionais do Alviverde. Entre os atletas campeões estava o menino Zé Roberto. Jogador diferenciado como relatam os companheiros de equipe da época, Zé Roberto acabaria sendo um dos melhores jogadores revelados por um time de São Bernardo do Campo, disputando duas Copas do Mundo e passando por Portuguesa, Santos, Bayer de Munique, Grêmio e outros.

Frente da sede do clube no Ferrazópolis. Anos 80


Profissionalismo: desgaste no casamento

A diretoria palestrina aos poucos começou a se mostrar cansada após uma lista de prestação de serviços imensurável. O Palestra manteve muitos esportes além do futebol, mas as poucos, com alguma dificuldade financeira não mostrava o mesmo vigor. No livro dos 50 anos do Palestra, alguns diretores relatavam preocupação com a não renovação de seus cargos diretivos e associativos e isto de fato pesou anos mais tarde.

Na metade da década de 90 iniciou-se uma fase negra nesse casamento cinqüentenário entre Palestra e Ferrazópolis. Aquele local que fora uma conquista gigantesca ao Alviverde começou a mostrar sinais de idade. Era uma casa grande e espaçosa, difícil de ser mantida de forma impecável.  O profissionalismo trazia prestígio ao clube, mas consumia muitas forças.

O campo estava surrado, mal cuidado. As arquibancadas, embora bem construídas necessitavam de reformas, as dependências serviam de alojamento aos atletas. A comunidade que sempre fora a grande força do Palestra já não participava tão ativamente da vida do clube. O profissionalismo custava caro ao Alviverde.

No final dos anos 90, o Palestra teve sua melhor fase no profissionalismo conseguindo um acesso na série B1b em 1997 . Nos dois anos seguintes chegou bem próximo de garantir a vaga na A3 comandado por Chico Formiga, mas já não empolgava a torcida como antes. Os jogos no frio estádio da Vila Euclides, um local muito grande e sem contar com um apoio maciço da administração municipal. Nem de perto lembrava o ‘clube do povo’ dos anos 50.

Anos 90: Casa grande dá trabalho!


Crise no relacionamento: O Palestra fecha suas portas ao Ferrazópolis

No início dos anos 2000 com grande parte da velha guarda afastada do cotidiano palestrino e com o patrimônio obsoleto e custoso, o Palestra buscou uma saída, que em um primeiro momento parecia inteligente, mas demarcou o fim do ‘amor’ naquele casamento que rendera tantos frutos entre Palestra e Ferrazópolis.

A sede do clube se fechava oficialmente para sua coletividade. O clube se tornaria uma escola particular através de um convênio com um grupo de sócios. O velho campo, cuja grama foi plantada por seus próprios torcedores, palco de conquistas, de títulos, a segunda casa daqueles jogadores nascidos e criados no Ferrazópolis, o símbolo de uma conquista histórica foi rasgado para a construção de uma piscina.

As arquibancadas que receberam torcedores apaixonados, moradores do bairro e espectadores vindos de toda São Bernardo deram lugar à salas de aula. Elas ficaram lá, no mesmo lugar, não conseguiram ser demolidas, mas já sem vida, sem nenhum glamour.

Nenhum torcedor, veterano ou palestrino, que antes podia entrar livremente ali, agora podia passar pela porta sem se identificar. O patrimônio foi valorizado, mas sem a essência que marcou a história do clube, sem o espírito coletivo, amistoso do Palestra, e sem a participação do seu bairro. Por muitos anos a entrada do Palestra jamais teve sequer catraca.

A ideia era que o clube se tornasse auto-sustentável. A escola sustentaria o Palestra. Mas não foi o que se aconteceu. O IPEC (Instituto Palestra de Educação e Cultura) conseguiu ser rentável por pouco tempo e foi o fim definitivo da relação do clube com o bairro.

No início das obras, a Câmara Municipal questionou a legalidade da obra chegando a embargá-la. Mais uma vez o campo do Palestra virava tema discutido no legislativo, porém, dessa vez a intenção era outra. A Câmara questionava que  terreno havia sido doado ao clube como recompensa pelo seu espaço desapropriado na atual praça Lauro Gomes e não podia ter um fim particular.

No entanto, desde a gestão do prefeito Aron Galante, o contrato de cessão passara de ‘comodato’ para ‘doação’ ao Palestra. O terreno é e sempre será do clube desde que o local tenha alguma função esportiva através do termo chamado 'Permissão diária'. A construção do IPEC era discutível neste sentido, mas a verdade é que o Palestra prosseguiu as obras e assinou o divórcio com o Ferrazópolis.

Quem passava na frente da sede já não sabia se o Palestra ainda morava lá, não haviam mais atividades esportivas, nem mesmo treinar no local o Alviverde não fazia mais, passou a ser um estranho dentro de sua própria casa.

O IPEC foi o desfecho do enlace entre Palestra e Ferrazópolis


PSB: O fim do amor

O fato chateou os veteranos, ex-jogadores e torcedores. Muitos se afastaram definitivamente do Palestra naquele momento. Mas, o maior momento dessa crise se deu em 2005, quando em uma ação desastrada de marketing, o Palestra resolveu navalhar a sua história alterando nome, escudo, cores, mascote e hino.

O nome passaria a ser as siglas ‘PSB’, algo que não fizesse os torcedores lembrarem a Sociedade Esportiva Palmeiras, motivo de uma possível rejeição ao Palestra. As cores passara a ser o vermelho e branco, as mesmas do município e permitidas pelo estatuto, e o mascote um cão da raça São Bernardo para criar identificação com a cidade. A novidade até chamou curiosos ao estádio, mas por pouco tempo. Um tiro de misericórdia para aqueles poucos que ainda acompanhavam o Palestra.

Os resultados do PSB não foram nada bons durante os dois anos em que viveu a tal mutação. A decisão foi duramente criticada pela mídia. Além de não ganhar novos adeptos, o PSB quase extinguiu os torcedores do velho Palestra.

Em 2oo7, vendo as conseqüências da decisão errada, a diretoria voltou atrás. O PSB voltaria a ser Palestra com seu velho escudo e com as cores que são intrínsecas ao clube, o verde e branco.

Se por um lado, o Palestra pedia desculpa à sua história e tradição, feridos nesse episódio, a relação com o Ferrazópolis ficou difícil de consertar. O vínculo se encerrou. Poucos do bairro ainda vertem algum sentimento pelo Alviverde. Ficaram lembranças e mágoas dos tempos em que Palestra e Ferrazópolis eram uma só carne.

Em 2011, a sede retornou para as mãos apenas do Palestra. O IPEC faliu, saiu do local com o rabo entre as pernas. Resultado de um negócio mal gerido pela diretoria. Timidamente, a diretoria atual tenta criar esportes lá dentro, mas sem chegar nem perto de alcançar qualquer vínculo com os moradores do bairro.

Licenciado do futebol, com sua sede fechada aos torcedores e conveniada com a empresa Weathon, que fez do local seu clube de campo, a sede palestrina é do Palestra apenas no papel. Não pertence mais a sua comunidade, caminha na contra mão de sua história. Já não recebe seus veteranos, não prestigia aqueles que puseram literalmente a mão na massa em um sonho que se tornou realidade.

Palestra e Ferrazópolis, hoje só se unem em um momento como esse: quando se relembra o passado.

Portões abertos para a comunidade, só mesmo na recordação...