quinta-feira, 6 de novembro de 2014

A campanha de 2009: Cinco anos de um episódio marcante



Palestra no Baetão. Iran, Rodrigo Pablo, Gustavo, Willian, Luan, Jérinha, Júnior Urso e outros. A equipe de 2009 foi uma das melhores da nossa história

O dia 08 de novembro de 2009, cinco anos atrás, foi o último grande momento do Palestra de São Bernardo no futebol desde 1997. Uma data recente, mas já grafada na história como um dos maiores de nossa trajetória.
O Palestra de 2009 é um ponto fora da curva em nossa atualidade, um conjunto de acertos que, embora não tenha resultado no sonhado acesso, devolveu o orgulho ao torcedor e o brilho à história bonita e respeitosa do clube no cenário futebolístico. 

Os anos anteriores

Para recontar o episódio, vamos voltar a 2005 e entender os fatos iniciais dessa história. No início daquele ano, frustrado pela péssima campanha no ano anterior, embora tivesse tido uma ótima primeira fase, os planos eram renovar o Palestra; dar um novo oxigênio a agremiação que já há bastante tempo arrastava poucas testemunhas ao estádio da Vila Euclides; apenas pais de atletas e alguns poucos curiosos admiradores.

Nascia o ‘PSB’, as iniciais de Palestra São Bernardo. Estatutariamente, o mesmo clube, mas escondido atrás de outras cores, símbolo, mascote hino e uniforme. Uma jogada de marketing que visava aproximar torcedores e ampliar – ou criar, como queiram – uma relação com a administração municipal, algo que quase não existia. Coincidência ou não - é difícil acreditar que não -, a cidade era administrada por um prefeito do partido PSB (Partido Socialista Brasileiro).

A jogada surtiu efeito. O primeiro jogo do PSB na Copa São Paulo de Futebol Juniores levou ao estádio da Vila Euclides mais de 5 mil pessoas. Nesse mesmo período, porém, nascia o São Bernardo Futebol Clube LTDA, mas essa já é outra história que devemos retratá-la em 2015.

Resumindo: mesmo com a empolgação pela nova era do clube, a primeira fase foi muito boa, mas repetiu a campanha de 2004 e o clube terminou eliminado na segunda fase. A brincadeira de fazer um futebol competitivo custou cara. A administração municipal logo virou as costas ao PSB e abraçou a recém-criada ‘empresa’.

 Em 2006, o Palestra, ou o PSB, entregou o departamento de futebol a três sócios que encararam o desafio de tocar o time. Otto Giorgio, Marcelo Muoio e Milene Castilho. Poucos apostavam que o Palestra conseguiria pisar nos gramados novamente, mas pisou, e foi no estádio Espanha, em Santos. O mesmo dia em que nasceu a torcida ‘Loucos do Palestra’, uma outra história a ser contada em breve também.

A equipe não era ruim, ao contrário, tinha a cara do Palestra. Um time com garra, guerreiro, brigador, mas que acabou eliminado ainda na primeira fase.

Para 2007, já voltando a vestir camisa verde, muitos permaneceram acreditando no projeto dos bem intencionados sócios. Foi firmada uma parceria com o tradicional Clube Mesc, com o objetivo de aproveitar atletas. Mas, o ano foi bem pior que o anterior. Desde o começo, a equipe demonstrou que faria feio na competição. Tomou várias goleadas e acabou vencendo uma única partida diante do Guarujá. Uma escalação irregular tirou seis pontos do time. A desesperança tomou conta do torcedor.

O licenciamento

Em 2008, a interrupção de 10 anos seguidos no profissionalismo. O futebol voltou para as mãos da diretoria, mas, a equipe pediria licença para reorganizar a casa. O discurso do presidente Fábio Cassettari foi claro: ‘Não é um Adeus, apenas um até logo’. O afastamento foi doloroso, mas havia a promessa de retorno. E houve.

Ainda em 2008, haviam eleições municipais, uma das mais disputadas dos últimos tempos em São Bernardo do Campo. Três na disputa. Orlando Morando, com apoio do atual prefeito Willian Dib, Alex Manente, da chamada terceira via e Luiz Marinho, da oposição. Uma eleição acirrada, com muito ataque, debates acalorados e que culminou na vitória do petista.

O presidente Fábio Cassettari foi atrás de parcerias para reativar o futebol. Por muito pouco esteve fechado com um grupo forte de academias na cidade, mas, ao procurar o presidente do Santo André, Ronan Maria Pinto, também acionista de um grande jornal da região, para o empréstimo de alguns atletas, recebeu uma proposta melhor: emprestar toda a equipe do Ramalhão para o Palestra para disputar a quarta divisão. O Santo André estava em uma fase muito boa. Em 2004 havia vencido a Copa São Paulo de Juniores e a Copa do Brasil no Maracanã. Desde então vivia uma boa fase, chegando inclusive à Série A do Brasileiro no mesmo ano.

Os preparativos para o retorno: Política e Futebol

O acordo foi fechado e anunciado em um evento na sede do clube no Ferrazópolis com a presença maciça da imprensa regional, de ex-atletas do clube, o Secretário de Esportes, José Luiz Ferrarezi, os dois presidentes, Cassettari e Ronan e uma homenagem à viúva do recém-falecido herói palestrino, Theobaldo Coppini. A parceria funcionaria da seguinte maneira: se o Palestra alcançasse o acesso, a mesma seria renovada automaticamente. Caso contrário, ela voltaria a ser discutida com grandes chances de um acerto.

Sérgio Gianelli, Cyro Cassettari e outros veteranos homenagearam Theobaldo Coppini durante anúncio da parceria

 O Santo André tinha um elenco em mãos de altíssimo nível, chegou a criar uma equipe B, mas viu mais vantagem em apoiar um clube já existente, cuja logística fosse fácil por Santo André e São Bernardo serem próximas, com uma torcida e uma história, o que daria visibilidade e ajudaria na questão do marketing. Mas o acordo não se resumia a isso. Na sequência você vai entender o porquê de termos citado as eleições municipais.

Cabia ao Alviverde ceder a estrutura e o uniforme, enquanto ao Santo André caberia a parte mais difícil, os salários e todas as demais despesas. O Palestra alugou no Riacho Grande às margens da represa Billings uma enorme e confortável chácara como centro de treinamento. A única desvantagem do local era o frio intenso, já que a Série B é disputada ao longo dos meses frios do ano. Falando em Série B, aquela edição prometia ser uma das mais acirradas, pois contava com equipes como Red Bull, Desportivo Brasil e outras tradicionais em boa fase, como o Barretos, por exemplo.

Voltando ao assuntos das eleições municipais, embora o discurso fosse o da ‘grande vantagem’ de se investir no futebol do Palestra, haviam outras intenções do presidente Ronan Maria Pinto em firmar a parceria, e nessa história o Alviverde fez somente o papel de coadjuvante, foi usado apenas como manobra, sem se tornar vilão e tendo uma gigantesca vantagem de contar com um elenco de qualidade e totalmente pago.

Parceria selada durante solenidade na sede do clube

Ronan era proprietário de um dos maiores jornais da região e já alguns meses havia mirado suas metralhadoras para o então candidato a prefeito Luiz Marinho, que começava a crescer nas pesquisas, tornando-se um dos grandes inimigos da campanha petista. A paz entre ambos só viria muito tempo depois de Luiz Marinho vencer as eleições e assumir. 

Logo ao Marinho assumir, muitos esperavam que o Palestra seria a bola da vez, já que o então presidente e fundador do São Bernardo FC, Edinho Montemor era candidato a vice na chapa de Orlando Morando, seu concorrente e já que o presidente do Palestra, também presidente do PRB (Partido da República Brasileiro) era aliado de Marinho. Mas não. Para não deixar que o recém criado clube naufragasse sem o apoio irrestrito da administração, Edinho passou a presidência da equipe ao empresário, aliado do do PT, Luiz Fernando Teixeira. 

Os detalhes dessas negociações nós não sabemos e nem fazemos questão de sabê-los. A história aqui é sobre o Alviverde Batateiro.

O clima entre Palestra e a nova administração - que chegou a fazer sua convenção na sede do clube - mais uma vez, para não contrariar a história, tornou-se de certa forma tenso. Só não mais tenso, porque o secretário Ferrarezi, ex-jogador palestrino, era velho conhecido de Cassettari.

E começaram os preparativos para a competição. O Palestra treinava em seu centro de treinamento sob forte ansiedade e expectativa da imprensa e da torcida. Vários atletas eram tidos como grandes revelações na oportunidade. 

O uniforme azul

Outro assunto que a imprensa abordava e questionava, inclusive se estendendo a torcida era a cor do uniforme palestrino, que teria um terceiro uniforme azul. Em todo lugar, era dito que o Palestra estava fazendo uma homenagem ao seu parceiro.

Mas não. A verdade é que neste episódio o Palestra foi muito esperto e juntou a fome com a vontade de comer. O autor deste texto, na época assessor de imprensa da equipe, testemunhou e participou pessoalmente no ano anterior junto ao presidente, Fabio Cassettari, da decisão de tornar o PSB novamente o bom e velho Palestra, inclusive retornando ao seu símbolo anterior. A camisa verde já havia retornado em 2007. E nesta mesma ocasião, Cassettari revelou o desejo de ter um terceiro uniforme com a cor azul e branco, na intenção de se homenagear a seleção italiana, a Azurra.

Se é que o uniforme azul foi uma exigência do presidente andreense, veio a calhar no momento certo a homenagem, que, aliás, foi o discurso oficial para a imprensa, e o que rendeu bastante mídia naquele momento. Até mesmo sites voltados para os assuntos da colônia italiana retrataram o fato. 

Uniforme azul criou polêmica

Saiu a tabela da competição. O Palestra retornaria oficialmente aos gramados em um domingo pela manha, dia 09 de abril diante do São Vicente fora de casa. Antes, faria um amistoso contra a Seleção de São Bernardo no Baetão, a partir de então, a nova casa palestrina. 

A Vila Euclides deixaria de ser a sede dos jogos, pois a prioridade seria o São Bernardo FC. O que não era tão ruim assim. O Baetão era mais acanhado, mas no entanto, muito mais fácil de se fazer pressão nos adversários. Pesava contra, o gramado sintético, uma reclamação constante do então técnico Sandro Gaúcho.

No amistoso, em uma noite fria e quase vazia no estádio sambernardense a torcida ‘Loucos do Palestra’ demonstrou sua alegria e disposição em rever a equipe gritando o coro ‘O Palestra voltou!’. Saudou e foi saudada pelos atletas.

Começa o campeonato

Como quase tudo é difícil para o Alviverde, uma semana antes da partida, a Federação Paulista de Futebol interditou o estádio Mansueto Pierotti, local da primeira partida junto a vários outros. O jogo seria com portões fechados, o que chateou aos espectadores que se preparavam para ir à baixada ver o primeiro jogo. 

Mas, quem disse que palestrino se abatem fácil? Este episódio merecia estar em um artigo sobre a torcida ‘Loucos do Palestra’, que em 2006 completa 10 anos, mas vale aqui dedicar um parágrafo para o tal.

A torcida não perderia aquele momento tão esperado, e prometeu que viajaria mesmo que fosse para saudar o time na entrada e na saída do estádio. Faltava transporte aos fieis torcedores, e o técnico Sandro Gaúcho não gostava da idéia de torcedores e atletas viajarem juntos. No dia do jogo, cada um foi do jeito que podia. Alguns de carona, outros de ônibus turismo, enfim. 

"Alguns pegaram carona com a diretoria, um Ford Ka desceu a serra lotado. Faltavam dois,e não tinha onde encaixar, então eu lembrei que meu patrão iria passar o fim de semana justamente em São Vicente. Liguei pra ele e ele estava saindo de casa naquele momento. Deu certinho! Na volta, o carro voltou com seis pessoas, não sobrou lugar e nem dinheiro, então fui até a Praia Grande para a residência de um parente", relembra o torcedor Leandro Giudici.

Ao chegar ao local do jogo, a persistência foi premiada, o estádio havia sido liberado e todos assistiram a partida do lado de dentro. Vitória por 3x0. 

O jogo era de portões fechados, mas ao chegar em São Vicente, eles estavam abertos

Um time que não ganhava em casa

Mas, prazeroso mesmo seria rever o time em casa. Na estreia, em uma sexta-feira a noite, diante do Jabaquara, a emoção tomou conta de quem revia o Palestra pisar nos gramados. As arquibancadas estavam cheias, inclusive de ex-atletas, toda a imprensa regional cobria a partida. O hino palestrino tocava no sistema de som. Quem deu o pontapé inicial foi ‘Santista’, um lendário ex-jogador do clube na década de 40, com mais de 90 anos. Ele ganhou uma camisa de presente. Uma cena linda de se ver, passado e presente juntos.

Mas, embora o jogo fosse muito disputado, o Palestra sairia derrotado em seu primeiro desafio, 3x2 para a equipe de Santos. Ficou o sabor amargo na boca dos palestrinos, mas todos sabiam que o time era capaz de muito mais. A arbitragem também não foi das mais felizes. 

Palestra x Jabaquara: Pedro, Rodrigo Pablo, Iran, Gustavo, Jerinha e Willian. Agachados: Lucas Silva, Ricard, Júnior Urso, Leandro, Luan e o veterano homenageado Santista

A segunda partida também era em casa, um clássico do ABC diante do Mauaense no sábado a tarde. Ótima chance de vencer, porém, nova derrota, dessa vez por 1x0. O jogo foi muito acirrado e novamente sobrou polêmica com relação a arbitragem. O Gremio, semelhante ao Palestra tinha uma parceria com outro  clube da região, o São Bernardo FC, o que dava um tempero a mais na disputa.

O terceiro desafio era o sempre difícil Taboão da Serra no estádio Vereador José Feres, lugar onde raramente o Palestra vence ou empata. O empate em 1x1 não foi um mal resultado, embora o Taboão viesse a ser um dos piores times do campeonato. 

A campanha palestrina começava a preocupar, quando foi a vez de encarar o sempre freguês Barcelona de Ibiúna. O estádio estava vetado e a Federação escolheu o Ulrico Mursa, na Baixada Santista para sediar o jogo. Mais fácil para o Palestra. E a vitória veio novamente na casa dos três gols, 3x1. 

Vitória na Baixada. Ulrico Mursa presenciou duas vitórias palestrinas


 Resgatada a confiança, foi a vez de encarar o Guarulhos no Baetão. O Palestra só empatou em 2x2.
A polêmica se concentrou no gramado pequeno e sintético do Baetão, lá o time não vencia de jeito nenhum. O primeiro turno tinha quatro jogos em casa e até o momento nenhuma vitória. Iniciava o returno e o Alviverde Batateiro voltava a encarar o São Vicente, ótima oportunidade, mas os dois ficaram no empate, 1x1. 

O segundo turno tinha apenas dois jogos como mandante, o que na prática poderia ser ótimo para quem estava 100% fora de casa. De volta ao Ulrico Mursa em Santos para encarar o Jabuca e, uma vitória por 1x0. 

No Pedro Benedetti, em Mauá, a chance de revidar a derrota no clássico. O Palestra era o clube a ser batido na competição e a vitória do primeiro turno custou muito sarro aos palestrinos. E o Alviverde fez sua parte, aplicou um 4x0 no Mauaense para delírio da pequena torcida presente. 

O Palestra não foi nada gentil com o Mauaense e venceu por 4x1 na casa dos rivais


 Uma pausa para lembrar um fato marcante. Este que escreve, recebeu o técnico Sandro Gaúcho, na oportunidade em seu programa de rádio na extinta rádio web Vozes da Cidade e recebeu a reclamação de torcedores (como ele, claro) que participavam ao vivo de que a equipe dava pouca importância à torcida. A partir dali, a equipe passou a saudar sempre e criar uma relação afetiva com seus torcedores.

Estava difícil jogar no Baetão. A tal vitória em casa não vinha. Ai surgiu a ideia de se atuar no estádio Bruno José Daniel, em Santo André. Se a experiência desse certo, lá poderia ser a casa do Palestra, até porque a maioria dos atletas estava acostumado com o gramado. E... A primeira derrota ‘em casa’, diante do Taboão da Serra.

Vamos voltar a São Bernardo. Lá, mesmo que a gente perca, é nossa casa, foi o pensamento. Veio o Barcelona e... a primeira vitória em casa! Para tirar toda chamada ‘zica’. Vitória massacrante de 5x1. Que alívio!
Último jogo da primeira fase, e o Palestra já estava garantido na segunda fase. A partida foi no estádio Antonio Soares de Oliveira, vitória por 4x2. 

O Palestra se classificou em primeiro com 21 pontos; seguido de Jabuca, também 21, mas com saldo inferior; Mauaense, 17; Guarulhos, 15; Taboão, 13; Barcelona, 9 e São Vicente com 5.

2º fase – Líder como nunca

Começavam as grandes viagens, e se na primeira fase a torcida acompanhou em todos os cantos, é claro que nesta não poderia abandonar. O primeiro jogo era contra o Palmeirinha, de Porto Ferreira. Mais de 300km de viagem. E lá foi a torcida para ver uma vitória por 4x0. 

O Barretos veio ao Baetão. E o Palestra, que já havia aprendido a jogar em casa venceu por 1x0. 
Na sequência, mais um jogo difícil: a Santacruzense no estádio Leonidas Camarinha, vitória por 2x0. 

No returno, para resumir, o Palestra empatou em 0x0 com a Santacruzense no Baetão, perdeu para o Barretos no estádio Fortaleza por 2x0 e terminou a segunda fase vencendo novamente o Palmeirinha por 4x1 em casa. Festa palestrina. A equipe terminou novamente líder com 13 pontos, seguida de Santacruzense, 7; Barretos, 6 e Palmeirinha, 3.

Palestra x Guarulhos: Alviverde Batateiro foi 100% fora de casa


3º fase – Tropeço que custa caro

Começavam as grandes pedreiras. Agora não era mais possível bobear. O Alviverde começou bem, vencendo o Atlético de Mogi, no Francisco Ribeiro Nogueira por 2x0. 

Ai veio o Desportivo Brasil, a primeira e grande ‘encrenca’ da competição, e o Palestra empatou em 2x2 em um jogo disputadíssimo, decidido nos últimos minutos de jogo. 

Atlético Araçatuba no estádio Adhemar de Barros, outra grande pedreira. E o Palestra conseguiu um ótimo empate em 2x2.  Gols de Rodrigo Pablo e Jerinha. Aliás, Jerinha tornou-se um dos preferidos da torcida. Toda vez que o atacante marcava um tento ouvia “Uh, terror, Jerinha é matador!

No Baetão, contra o mesmo Atlético Araçatuba, vitória por 3x0. 

Nas duas últimas partidas rumo a fase de acesso, duas vaciladas. Uma delas perdoável, diante do Desportivo Brasil fora, 2x1. E a última, custaria caríssimo ao clube, um simples empate contra o fraquíssimo Atlético de Mogi em 2x2. O time mogiano chegou a abrir dois gols de vantagem, mas Kadu (duas vezes) livrou o Alviverde de um vexame ainda maior. Este resultado colocava o Palestra no Grupo mais difícil do campeonato. Teria sido esse o jogo chave que nos valeu o acesso. 

Diferente das outras duas fases, o Palestra foi o terceiro classificado com nove pontos. O Desportivo foi o líder com 13, enquanto Atl. Araçatuba ficou com 09 e Atlético de Mogi com apenas 01.

A última fase. O sonho próximo

Chegada a última fase e os sentimentos se dividiam. Muitos otimistas, outros preocupados pelo grupo difícil em que o Palestra havia caído. A vacilada diante do Mogi em pleno Baetão com o jogo nas mãos foi sentido por todo mundo.

A 4º fase era composta por Red Bull, o melhor de toda competição, o tradicional Taubaté, Desportivo Brasil e Palestra no Grupo 16. No 17 estavam: Atlético Araçatuba, Lemense, Santacruzense e Paulínia. Infinitamente mais fácil. Mas, bola pra frente, quem quer ser subir tem que encarar qualquer desafio.

Na primeira partida da fase derradeira, um jogo muito tenso no estádio Baetão contra o Taubaté. A torcida interiorana que veio em massa chegou atrasada, era uma sexta-feira de transito infernal em São Bernardo do Campo. 0x0. 

O Palestra ruma para as finais. Confiança a mil!
 

Ai veio o maior desafio, tecnicamente falando, do campeonato. O Red Bull fora de casa. O jogo foi no estádio Moisés Lucarelli, em Campinas, onde a equipe mandava seus jogos. E o Palestra, demonstrando todo seu preparo, evolução, e vontade de conquistar aquele acesso, protagonizou o melhor jogo de todo o campeonato. Quase uma final antecipada.

Vestindo azul, o Palestra abriu o placar com Jerinha. O Red Bull empatou o jogo com Cezar. Júnior do Alviverde abriu nova diferença e Jéfferson igualou novamente. Na segunda etapa, Thiago Carvalho fez 3x2 Palestra. Que jogo! Eydison, do adversário fez dois na sequência e virou, 4x3 Red Bull. Mas, Richard não deixou por menos e mostrou que os sambernardenses não estavam para brincadeira no campeonato.

O time saiu vitaminado e confiante dessa partida contra o Red Bull, mas novamente contra o Desportivo Brasil uma grande partida, empate em 1x1. Gol de Jerinha a dois minutos do fim do jogo. Uma vibração gigante da torcida.

No Julien Folque, porém vitória do Desportivo por 3x0. Começava a ficar difícil para o Palestra que só havia somado três pontos. Faltavam dois jogos apenas contra Red Bull em casa e Taubaté fora de casa.

Jogo diante do Desportivo Brasil, um dos mais difíceis ao longo da competição


Na última partida do campeonato no Baetão, todos sabiam que seria páreo duro encarar novamente o maior adversário até então. Estávamos muito próximos do sonho do acesso. Um jogo duríssimo e vencemos, mas, do jeito mais palestrino possível. No sufoco, e que sufoco! O resultado foi o mínimo, 1x0. Gol de Thiago aos 45 minutos do 2º tempo. O que mantinha o Palestra vivo na briga. No vestiário, os jogadores cantavam as músicas das arquibancadas, a mais comum delas era... 'O Palestra vai sair campeão, o Palestra vai sair campeão. Contra tudo e contra todos sempre estará, no meu coração!'

Os outros jogos da penúltima partida deixaram o campeonato em aberto. Todos tinham chance de subir. Faltava agora o Taubaté fora de casa. Os resultados da rodada foram os seguintes:

Santacruzense 2x2 Paulínia; Desportivo Brasil 0x2 Taubaté e Atlético Araçatuba 3x0 Lemense.

Palestra x Red Bull: Gol no finzinho de Thiago. Do jeito que o palestrino gosta!

A batalha final: o dia fatídico em Taubaté

Mesmo com menos chance, ninguém duvidava da força do ‘Burro da Central’. Uma equipe tradicional e que não mediria esforços para voltar à Série A3, da qual eles haviam caído no ano anterior. O Taubaté sempre foi um time do segundo ou no máximo terceiro escalão no futebol paulista. Isso sem falar em sua torcida.

A semana foi de muito treino, concentração e muita conversa do técnico Sandro Gaúcho com os atletas. Todos eram boas promessas e sabiam que precisavam daquela conquista em seus currículos. A imprensa do ABC noticiou em peso a semana do clube antes da disputa no interior.

Por outro lado, embora tivesse vacilado algumas vezes a partir da terceira fase, o Palestra também era muito respeitado. Todos sabiam da força do clube, principalmente ao longo da competição. Para os taubateanos o duelo que aconteceria na manha do domingo de 08 de novembro era uma peleja dificílima.

Um dos diretores do Palestra, Wanderley Salatiel, um dos grandes parceiros do clube na oportunidade, providenciou um ônibus para a torcida. Nessa época haviam duas torcidas organizadas: a ‘Loucos do Palestra, e outra montada ao longo da competição, a ‘Corujão do Palestra’, que teve vida muito breve, fato que aqui não vem ao caso.

Cerca 15 torcedores do Palestra compareceram. Ao longo da semana, todos que frequentavam assiduamente, ou esporadicamente foram convocados para a viagem. Enganam-se aqueles que pensam que esse número pequeno significava pouco. O amor que vertia daquela turma era algo verdadeiro, fiel, apaixonado, muito reconhecido pelo elenco. Ao longo de todo campeonato, time e torcida, que no início não se identificavam – até por não serem da cidade – passaram a ter muito respeito e admiração. Foram várias as vezes em que os jogadores antes e após as partidas cantaram s músicas entoadas nas arquibancadas. Também não foram poucas as vezes em que eles subiram no alambrado para abraçar aqueles loucos.

O zagueiro Rodrigo Pablo relembra como era aquela relação. “Foi uma pena não ter conseguido aquele acesso... era um time muito bom que foi adquirindo confiança no decorrer do campeonato e acabou sendo difícil de ser batido. Mas, infelizmente não conseguimos o acesso. A torcida não era tão grande, mas era uma torcida fiel que sempre apoiava, estava sempre junto. Foi uma experiência muito boa que passei”.

O torcedor Fellipe Gardinal, um dos mais fanáticos torcedores do Palestra lembra que nunca na vida o Palestra deu tanta alegria e confiança. "Eu estava morando na Irlanda quando eu soube que o Palestra iria voltar, em 2009 e escutava os jogos pela STI Esporte. Eu saia mais cedo do trabalho para acompanhar. No final da primeira fase, voltei ao Brasil e comecei acompanhar pessoalmente, no estádio. Foi um ano memorável, tanto dentro de campo, quanto fora dele, com a torcida acompanhando o time dentro e fora de São Bernardo", conta.

Desde 2008, quando o Palestra estava licenciado, Fellipe havia ido morar na Irlanda, onde ficou até o início do ano, quando já havia começado a competição. O fato do clube ter voltado aos gramados pesou e muito em sua decisão de retornar ao Brasil.

Ao longo da viagem, muito otimismo. Pandeiro, bumbo, faixas, alegria. Era o dia mais feliz de toda a vida de alguns, inclusive desse que vos fala. Todos uniformizados e muita expectativa.
Já no estádio Joaquim Moraes Filho, o ‘Joaquinzão’, uma longa espera do lado de fora. Vários taubateanos foram receptíveis com a torcida, poucos hostilizaram. Alguns pais de jogadores também se juntaram á torcida no portão. 

Dedicação dos palestrinos seria reconhecida até mesmo pelos taubateanos


Lá dentro, em um canto do estádio próximo das cabines de imprensa, do lado contrário da grande massa de 5 mil pessoas presentes aquele dia, panos pendurados, faixa posicionada, bandeiras e disposição. Uma das maiores lotações do estádio. Era um dia histórico também para eles. Para conquistarem o acesso precisavam vencer por três gols de diferença e torcerem pelo resultado de Red Bull e Desportivo Brasil, que jogavam no mesmo instante. Vitória simples do Alviverde já o levava ao acesso.

O Palestra atuou com: Willian, Iran, Gustavo e Rodrigo Pablo; Luan, Pedro, Júnior e Thiago Carvalho; Jéferson, Edson e Murilo. Os reservas: Alberto, Cássio, Aloísio, Lucas, Júnior, Leandro Carvalho e Kadu.

Quando o Palestra pisou no gramado todo de verde, emoção. Todos cumprimentaram a torcida. 

O auxiliar de preparação física, o jovem Kaue Berbel, lembra que Sandro conversou muito com os atletas naquele dia, citando inclusive a torcida como motivação. Os jogadores sabiam que aquele era momento importante , que o acesso faria com que eles entrassem para a história do clube. Um dia antes o professor Sandro fez uma palestra muito boa mostrando todos momentos do time na competição e o quanto todos ralaram pra chegar até aquele dia. Isso mexeu com os jogadores que não viam a hora do jogo começar..., lembra. 

O jogo começou equilibrado, a arbitragem era de Marcelo Rogério. O Taubaté tentava alguns lances, sem sucesso. Aos 14 minutos, o que todos temiam, os erros da arbitragem. Se alguém tivesse que ser privilegiado aquele dia, é claro que seria o Burro, mais tradicional, que jogava em casa e era o time do coração do vice-presidente da Federação Paulista, Reinaldo Carneiro de Bastos.

Pênalti marcado para o Taubaté. O lance não era para tal. O jogador palestrino mal havia encostado no atleta, mas, paciência. Eles não contavam que o herói daquele dia seria o goleiro Willian de Meneses, uma das principais revelações da equipe.

Jogadores do Palestra reclamam marcação do penalti
Willian foi um dos grandes nomes daquela partida

Chute no meio do gol de Wilsinho, e Willian defendeu a bola com os pés. Inacreditável! Delírio absoluto dos palestrinos. Parecia que era mesmo o dia tão sonhado.

O Palestra cresceu no jogo e o Taubaté se encolheu. Várias jogadas de efeito e lançadas na área levaram perigo aos donos da casa. Tudo que chegava aos pés de Willian no gol era prontamente interceptado.

Aos 33 minutos o gol palestrino. Momento mágico. Pio pegou um rebote de fora da área e mandou pro fundo das redes. 1x0 Palestra. Alguns chegaram a chorar. Mas era cedo, ainda havia muito jogo pela frente. Como o Red Bull vencia o Desportivo Brasil por 2x1, seria necessário que o Taubaté fizesse três gols. 

No segundo tempo, o Burro da Central desceu ao ataque. Aos cinco minutos anotou seu primeiro gol. Gilsinho empatou, 1x1. O jogo ficou quente. O Taubaté atacava e era respondido com bons contra ataques, porém do lado verde e branco as finalizações foram ficando difíceis. O resultado não servia a nenhum dos dois. Ambos morreriam abraçados.

Aos 44 minutos, em outro lance bastante duvidoso, o juiz marcou novo pênalti para a equipe. Thiago Furtuoso anotou. A lavoura palestrina parecia ter sido perdida. Muita frustração tomou conta da torcida. Mas tinha como piorar.

Torcedor agita bandeira na arquibancada do Joaquinzão

Após o gol, um torcedor do Taubaté atirou um rojão ao lado do banco do palestrinos, que já muito nervosos pela partida e revoltados com a arbitragem passaram a discutir com torcedores atrás do banco de reservas e devolver os objetos atirados em campo. Ai a confusão só podia aumentar.

O juiz paralisou o jogo para acalmar os ânimos e alguns jogadores taubateanos interviram. O juiz deu oito minutos de acréscimo, o que era terrível ao Palestra. O time estava exausto, cansado. Foi difícil barrar o Taubaté durante todo o jogo.

Aos 54 minutos o pesadelo se materializou. O mesmo Gilsinho, após uma bola alçada na área, fez 3x1. O resultado punha o Taubaté na A3. O sonho palestrino definitivamente se evaporava.

No reinício, mais confusão. Os palestrinos partiram para cima dos atletas da casa e o árbitro expulsou quatro de cada lado. Quando o árbitro apitou o fim do jogo a torcida efusiva invadiu o gramado para festejar com jogadores.

O Palestra precisou sair para o jogo, mas já não tinha pernas e fôlego o suficiente

Porém, entre os vários que queriam confusão, um deles invadiu o gramado com uma bandeira presa a um bambu e tentou agredir os palestrinos. O auxiliar Kaue Berbel, tomou a bandeira da mão do indivíduo que revidou com bambuzadas. O técnico Sandro Gaúcho, então, entrou em ação e protagonizou uma das cenas mais (hoje) engraçadas da oportunidade. Deu um ‘sossega leão’ no rapaz. A cena rodou o Brasil nos principais telejornais.

Fim de jogo e os torcedores fizeram um bonito círculo no centro do gramado. Fora os erros da arbitragem, o clube mereceu o acesso pela linda festa da maioria de sua torcida. A tristeza do lado Alviverde parecia infinita.
Um curioso que assistia ao jogo do lado do Palestra sugeriu: - Essa confusão vai se estender para a arquibancada, vamos embora logo! Mas, seu pedido foi imediatamente negado pela maioria. Os palestrinos ficariam no estádio até o último momento. ‘Nem que tivessem que sair de lá em uma maca’, foi o que disse esse escritor.

Os atletas que com toda confusão já haviam se dirigido aos vestiários, no entanto, retornaram para saudar a torcida. Um reconhecimento muito merecido. Vários deles deram a suas camisas, que, claro, estão muito bem guardadas como relíquias até hoje.

Na última entrevista de Sandro Gaúcho como técnico do Palestra, ainda saindo dos vestiários, ao programa Lente Esportiva da Net Cidade, ele agradeceu a todos e em especial a torcida. 

Antes ainda da Polícia Militar, que havia sido muito prestativa e atenciosa, alguns torcedores do Taubaté, do lado de dentro do gramado vieram até a torcida palestrina nos cumprimentar e parabenizar pela bonita festa. Pediram para que trocassem as camisas das torcidas, que claro, também são guardadas com carinho.

No meio do caos, a amizade

Essa amizade entre torcedores de Palestra e Taubaté, inclusive se estendeu. Quem diria, mas após aquele episódio tão marcante para ambos, marcado naquele momento, principalmente pela confusão virou uma amizade.

O torcedor Luiz Felipe Nascimento, jornalista, torcedor taubateano, lembra do episódio.  Brinco que o acesso sobre o Palestra foi maior jogo da história do mundo. O Taubaté estava no fundo poço, com remotas chances de ascender e conseguiu o feito aos 54 minutos do segundo tempo. A amizade e o companheirismo pré e pós-jogo da torcida do Palestra foi algo que marcou e tornou aquele dia ainda mais especial. Isso tudo fez o Palestra ser um time muito querido aqui em Taubaté. Desejamos que voltem logo à ativa", deseja. 

A data do dia 08 de novembro é até hoje lembrado pelos torcedores do 'Burro'. O livro do centenário destacou inclusive a partida. Segundo Luiz, um colega de arquibancada chegou até a marcar a data do casamento para o dia 08/11/14, e claro que não é mera coincidência.


Fellipe Gardinal conta que a derrota lhe fez aprender a amar ainda mais o Palestra. "Eram 5 mil taubateanos no estádio e nós, em pouco mais de 20 pessoas, cantando sem parar. Com isso, ganhamos respeito pelos jogadores e até de torcedores adversários, pelo nosso estilo, empenho em torcer e acompanhar o time. Perder aquela promoção para a série A3 foi dolorido, mas também, muito importante para a torcida. Muitos ali descobriram que amar o Palestra é um sentimento que poucos sabem como é. Vai além de resultados ou títulos. É algo, pelo menos para mim, como amar sua família, ser devoto de uma religião. A amizade entre nós, adeptos ao ‘palestrianismo’, é algo que perdura até hoje, mesmo com o clube licenciado há três anos. O Palestra faz parte da minha vida e não há um sentimento maior do que eu sinto por este grande clube", relata. 



O herói do dia para os taubateanos, Gilsinho, sendo carregado por torcedor com a camisa do Palestra (Rogério Marques)
“Abracei o amigo Fellipe na arquibancada, ele estava desolado. Sempre fui pessimista, por isso me acostumei um pouco mais fácil com a derrota. No caminho do portão, a torcida encontrou com o presidente Fabio Cassettari, ele chorava copiosamente. Naquele momento fomos grandes irmãos que acabam de perder a mãe ou um pai. Nos abraçamos e compartilhamos aquela dor enorme. Um rombo no peito. Talvez a maior chance do Palestra ter mudado sua realidade. Faltou ter tirado proveito dessa fase, pegado o embalo para alavancar o clube nos anos seguintes”, diz Leandro Giudici, torcedor. Foi triste para todo mundo.

O clima no ônibus é claro que era de velório. Um inconformismo latejante e que naquele dia terminou com uma cervejinha oferecida pelo amigo do Palestra, Wanderley Salatiel. Mesmo assim, ainda houve espaço para o riso. O motorista quase esqueceu um torcedor em Taubaté, iria ficar de premio aos adversários. 

Após o término da rodada, pelo Grupo 16 subiram Red Bull com 10 pontos e Taubaté com 8. Desportivo, também com 08 e Palestra São Bernardo com 06 permaneceram mais um ano na Segunda Divisão.  No Grupo 17 subiram Atlético Araçatuba (10) e Lemense (09). Santacruzense (08) e Paulínia (07) ficaram no caminho.
Nas duas partidas finais deu Red Bull, que empatou em 1x1 e venceu a segunda por 3x2 em casa.

O fim da parceria

A maioria do elenco teve um futuro promissor. O técnico Sandro Gaucho se tornaria algum tempo depois técnico do próprio Santo André. Em 2013 esteve no comando do Guaratinguetá. O jovem Kaue Berbel hoje é fisiologista do Atlético Goianiense na Série B nacional.

O herói goleiro Willian teve passagem por vários clubes, inclusive conquistando título com o Noroeste-SP. Passou em 2013, quem diria, pelo próprio Taubaté , recentemente esteve no Coritiba e hoje está na China, assim como também Júnior Urso que chegou a ser vice-campeão da Copa do Brasil com a equipe contra o Palmeiras em 2012 e hoje também está no futebol chinês, mesmo destino do lateral esquerdo Richard. 

Júnior Urso (a esquerda) foi um dos grandes destaques do Coxa (Gazeta do Povo)

Outros como o atacante Jerinha, ou Jé, como era chamado – e que foi o terceiro artilheiro da Série B com 15 gols - estiveram no Comercial-SP. Pio, que depois de ser vice-campeão paulista com o Santo André em 2010, atualmente joga pela Portuguesa Santista, assim como Aloísio, reserva na época. 

A parceria foi encerrada meses depois. O Palestra não conseguiu cumprir todos os seus deveres, conforme havia combinado. Pesou também o fator político e os casuais. O Santo André estava muito bem e todo aquele elenco seria muito útil na equipe principal do clube. O time foi dispensado, contratos encerrado, assim como aquele sonho, que é tão mínimo para alguns, mas que para aquela torcida, louca, apaixonada, fiel e leal ao Palestra de São Bernardo significava muito, quase tudo. 

Uma torcida que nunca abandona...

O Palestra disputou a mesma divisão em 2010, sem o mesmo sucesso e em 2011, onde fez a pior campanha de sua história. Em 2012 se licenciou e permanece até hoje assim.

Os anos passaram, os atletas passaram, assim como membros da comissão e alguns diretores, mas o Palestra não. Jogou novamente, ganhou novamente, perdeu, enfim. E todos levaram um pedacinho daquele dia como lembrança, de um sonho que por muito pouco não foi realidade.