segunda-feira, 5 de setembro de 2022

Grandes nomes do Palestra: Alemão, o Pelé da Várzea

Uma das grandes fases do Palestra fora do futebol profissional foi certamente nos anos 70 quando o clube dominou o varzeano. O Alviverde foi referência no Amador de São Bernardo em um tempo em que a competição tinha um altíssimo nível competitivo. 


Nesta mesma época vencemos 4 dos seis títulos conquistados na competição. Um dos maiores nomes dessa época foi o inesquecível Alemão. Para alguns, ele foi o maior de todos os tempos. Não a toa ele teve o apelido de "Pelé da Várzea".
Na imagem o prefeito Geraldo Faria Rodrigues entrega a premiação pelo título do Amador Municipal de 1972 de forma invicta. Alemão fez 28 gols. 

 Nascido em Pirajuí, no interior de São Paulo, Primo Carlos Ranal se instalou em Diadema, onde viveu até o ano de 2020. Antes de chegar ao Palestra ele iniciou no juvenil da Portuguesa, mas, sem condições financeiras, ele não conseguiu dar sequência no clube do Canindé, passando então por Vila Baeta, Mercedes, Aliança Clube, Vila Rosa, 7 de Setembro de Santo André, Vila Lídia, este último por quem nutria grande amor. 


 Em 1972, ano em que voltamos a erguer o caneco do municipal, Alemão terminou a competição como umdos artilheiros com 23 gols. A base dessa equipe foi: China, Vado, Dequinha, Pedrinho, Azeitona, Jaú e Didi. Além deles tinha ainda Osmar Savordelli, Tonhão, Baianinho, Dinho e o técnico Belmiro Roman. Na final diante do Madureira ven cemos por 7x0 sendo ele marcador de três tentos. Nesse ano vencemos mais dois títulos: Torneio Amizade e campeão da Taça São Bernardo. 


 Em 1973 repetimos alcançamos o bi em um tempo em que a rivalidade com o Aliança era fortíssima. Já em 1974, ele jogou a partida diante do Santos de Pelé, na Vila Euclides, fato que contava orgulhoso. De tanta vontade nessa partida, acabou saindo de campo machucado. 


Sobre essa partida, Alemão deu diversos depoimentos. Em um dos mais recentes (1º de Maio - O estádio dos trabalhadores / YouTube), a estudantes de Jornalismo da Faculdade Metodista, Alemão se emociona ao recordar. Ele se machucou em uma chamada "cadeira de pista", algumas cadeiras que ficavam a beira do gramado e infelizmente precisou ser substituído.


No mesmo documentário, um dos maiores nomes do Palestra, Cyro Cassettari, diz que Alemão era o grande ídolo daquela época.


Equipe que marcou história e o coração dos palestrinos em 1972. Alemão é o sexto agachado


 Em 2010, ele foi homenageado nos 75 anos do clube em uma sessão solene na Câmara de São Bernardo e em 2020, ano de seu falecimento ganhou dos colegas de equipe uma camisa comemorativa nos 85 anos do Alviverde. Também recebeu uma medalha de honra na Câmara de Diadema em 2006.


 Fez história por onde passou encantando qualquer um que o encarasse ou assistia, seja rival ou torcedor. Alemão agora compõe o time estelar de Nandinho, Valdemar Fogosa, Teobaldo Coppini, Bó, Noronha e tantos e tantos outros craques.

Texto de Leandro Giudici