sábado, 8 de agosto de 2020

O título de 1992 e uma revelação para o futebol brasileiro

O Palestra São Bernardo completa 85 anos em 2020. De lá pra cá foram inúmeras glórias, passagens importantes e, claro, títulos. Mas, apenas um deles é o de campeão pela Federação Paulista de Futebol. O de 1992 no Paulista de Juniores da 2º Divisão. Uma espécie de Sub-20.

A mais famosa taça na galeria palestrina é da Série B1b em 1997, porém, de vice-campeão. Na oportunidade o vencedor foi o Oeste de Itápolis. Desde então o Palestra enquanto profissional passou a integrar a Série B1 da época, hoje conhecida como Segunda Divisão, ou, o quarto nível estadual.

Além da taça, um dos mais marcantes fatos dessa equipe é a formação de um jovem garoto de apelido “Cacá”, dado pelo treinador Sérgio Caiado. Um franzino habilidoso que jogava na meia esquerda com a camisa 8 e que os colegas garantem já ter uma habilidade diferenciada de qualquer outro. Cacá é Zé Roberto, nome que ficaria imortalizado na Portuguesa-SP, clube para o qual seguiu antes mesmo do fim da competição e seria de fato revelado.

E aí também há uma questão curiosa. Até hoje Zé Roberto em diversas entrevistas diz que o clube que o revelou foi a Lusa do Canindé. E de fato foi aquele que lhe apresentou ao futebol, ou seja, o revelou. É muito justo que a Portuguesa seja considerada o seu clube revelador, ainda que o Palestra tenha sido o primeiro.

Desde 1986 o Palestra havia retornado ao futebol profissional. Viveu uma excelente fase de forma especial em 1987 e 1988 e conseguiu manter boa parte do elenco até 1992. À partir deste as categorias de base passaram a jogar também o Paulista de Juniores 2º Divisão, onde conseguiu montar um bom elenco para a disputa sob o comando de Caiado.

Em 1991 contam alguns atletas a equipe carecia de um pouco mais de estrutura. Não tinham ajuda de custo e treinavam em um período mais alternado, o que dificultou ir mais longe naquela competição. A ideia era preparar atletas para os profissionais, algo que o Palestra sempre fez muito bem. Em 1993, nos profissionais o Palestra voltou a pedir afastamento da Federação para reorganizar a casa. Ou seja, sentiu o peso do profissionalismo, algo que demorou mais de 30 anos para acontecer. Voltaria em 1997 com título como mencionamos.

Já em 1992, o clube conseguiu apoio para investir um pouco mais na categoria, e isso foi fundamental para a conquista. Os jogadores passaram a ganhar vale transporte, refeição e uma ajuda financeira. Passaram a treinar em dois períodos e a se alojar na sede do clube no Ferrazópolis. Há muitos anos que o Palestra investia pesado na base como principal caminho de estar nos profissionais.

Cristiano Pereira, que jogou nessa época, nos lembra um pouco daquela época. Ele é conhecido como “Pereirinha”, já que é sobrinho do Pereira, ex-zagueiro do clube de 1989 a 1992. Ele chegou ao Palestra em 1990, um ano do clube disputar os torneios nas categorias de base. Ele lembra que em 1991 foi uma época bem difícil e havia pouca perspectiva. O clube saiu após uma derrota para o Jabaquara de Santos por 5x1. Lembra ainda de uma vitória sobre o Mauaense e uma derrota para o Guapira, outro clube licenciado do bairro do Jaçanã em São Paulo, do qual o Alviverde enfrentou diversas oportunidades.

Técnico Sérgio Caiado, um grande nome do esporte batateiro

No ano seguinte, Caiado, um dos maiores nomes do esporte são-bernardense, já debilitado, deu lugar a Benê, mais precisamente Benedito Carlos de Souza, ex-jogador corintiano de 1963 a 1971. Benê mora atualmente em Sorocaba onde tem uma escolhinha de futebol. Caiado faleceria pouco tempo depois. Hoje ele dá nome ao estádio distrital do Olaria, no bairro Baeta Neves. Benê também havia passado como técnico pelo rival EC São Bernardo.

Pereirinha em relato lembra que para 92 vieram atletas de grande qualidade como o próprio Cacá, o Zé Roberto, que vinha do Pequeninos do Jóquei, - um clube com foco no social muito tradicional que já ganhou diversos títulos -, alguns atletas do Santo André, como Rocha, Neno e Josa, que fizeram o time ganhar liga. Também havia o treinador Giba, que ainda atua como preparador e eles treinavam em dois períodos e dormiam nos alojamentos do clube. Ele lembra ainda dos almoços na casa de João Mulambo, que era roupeiro do clube.

Pereirinha entrando no gramado do Baetão

Na campanha vitoriosa de 1992, o Alviverde da Autocap disputou 14 jogos, com 7 vitórias, 5 empates e apenas 2 derrotas. Marcou 16 gols e sofreu apenas 8 tentos. A grande maioria dos jogos era no estádio da Vila Ferrazópolis, casa do Palestra.

A competição teve início em maio e acabou no fim de setembro e era regionalizada, portanto, o Palestra caiu em um grupo de clubes que frequentemente encararamos em outras competições, como o próprio rival, EC São Bernardo, o Jabuca, de Santos e o Monte Negro de Osasco, por exemplo. A propósito, 1992 seria o último ano da equipe de Osasco com esse nome. Neste mesmo ano, ele daria lugar ao Osasco Futebol Clube, que permanece até os dias de hoje.

Outro que fez parte desse equipe foi o jogador Alexandre, conhecido como Lins na época. Atualmente ele mora  em Sumaré. Os relatos dele e de Pereirinha são bem semelhanças com algumas pequenas contradições.

Técnico Benê atualmente (site Milton Neves)


Segundo ambos relatam, a equipe fazia algumas preliminares do profissional. Uma dessas preliminares foi diante do AD São Caetano, que anos mais tarde ficaria nacionalmente famoso com suas fabulosas equipes no fim dos anos 90 e início dos anos 2000. A grande estrela do Azulão era o zagueiro Luís Pereira, o Luís Chevrolet, que antes do fim da carreira atuaria também no EC São Bernardo e também Serginho Chulapa.

A foto dessa partida no estádio Anacleto Campanella é uma das mais famosas dessa mesma equipe. Sobre a presença de Zé Roberto na equipe, eles contam a mesma versão. Ele não chegou a ser campeão com o Ferrão da Vila.

Lins lembra também que a equipe profissional era muito forte e que havia um grande estímulo a ser promovido a equipe principal. Ele revela certa mágoa por certa vez ter se machucado e ter tido pouco apoio da diretoria, mas, lembra também de um jogo que foi uma verdadeira “guerra” em campo, diante do União Suzano, em 25 de julho pela 2º fase da competição. O Palestra fez 1x0 e manteve o resultado até o fim com muito custo, relembra. Ele recorda que teve câimbras e jogou de centroavante parado, enquanto o atacante foi pra zaga. Lins chegou a atuar no profissional naquele mesmo ano em uma única partida contra o XV de Caraguatatuba. O Palestra estava ganhando e ele entrou para segurar o resultado.

Jogo no Baetão diante do rival EC São Bernardo


Ele lembra que Zé Roberto era torcedor do Santos desde menino e tinha um domínio diferente da bola. Na vitória sobre o EC São Bernardo, Pereirinha recorda que ele anotou dois gols.

A final, quem recorda com mais precisão é Pereirinha. Ele lembra que foi um jogo que movimentou a cidade, sobretudo o Ferrazópolis, onde o clube era mandante. O primeiro jogo foi na cidade de Lins, no interior a 20 de setembro, em um sábado.

Zé Roberto, na época apelidado de Cacá

O Palestra viajou na sexta-feira e se hospedou na cidade de Cafelândia. Era um clima de bastante festa e um calor infernal, segundo ele. O estádio Gilberto Siqueira Lopes, o Gilbertão estava lotado. Ainda assim, lembra que foram muito bem recebidos. Foi um jogo muito pegado, mas o esquadrão batateiro segurou um 0x0.

A segunda final foi na Vila Ferrazópolis que estava lotada de torcedores. O time da Linense era um time forte, mas prevaleceu a experiência dos jogadores do Palestra. Pereirinha lembra que o time jogou desfalcado de alguns como Viola e Maia. Havia festa, fogos e faixas.

Não há precisão na informação, mas, segundo ele os gols saíram apenas no 2º tempo. O técnico Benê foi para o vestiário muito bravo e fechou a equipe para a segunda etapa. A partida acabou 3x1 para o Palestra e os jogadores correram para abraçar a torcida. Um desses gols foi de Josa, relembra o ex-atleta. Foi uma imensa alegria. Josa, Nene e Rocha jogavam também na equipe principal. E é possível imaginar o que aquele título simbolizava ao Palestra naquele instante.

Alexandre, Ricardo, Maia, Pereirinha, Lins, Capixaba, Farinha e Boni. Agachados: Caniggia, Marcelo, Da Lua, Zé Roberto, Goiano, França e Rick.

A maioria dos atletas acabou subindo, porém, em 1993 o Alviverde deu uma pausa nos profissionais. Era uma época de transição na presidência. Estava saindo Domingos Nóbrega Fernandes e estava entrando o jovem Fábio Cassettari, filho de Zeca Cassettari.

A tabela desse campeonato é uma raridade garimpada pelos queridos amigos do blog Jogos Perdidos, que já falaram da competição no seu canal.

Os jogos foram esses:

1º Fase:

24/05/1992 – Monte Negro 4x3 Palestra

30/05/1992 – Palestra 1x0 Jabaquara

07/06/1992 – EC São Bernardo 0x2 Palestra

13/06/1992 – Palestra 0x0 EC São Bernardo

21/06/1992 – Jabaquara 1x0 Palestra

27/06/1992 – Palestra 3x2 Monte Negro

2º Fase
19/07/1992 – Palestra 0x0 USAC

25/07/1992 USAC 0x1 Palestra

01/08/1992 – Palestra 0x0 Esportiva de Guaratinguetá

08/08/1992 – Esportiva  de Guaratinguetá 0x2 Palestra

Semifinais

29/08/1992 -Palestra 0x0 Amparo

05/09/1992 – Amparo 0x1 Palestra

Final 20/09/1992 – Linense 0x0 Palestra

26/09/1992 – Palestra 3x1 Linense

 

Zé Roberto, um silêncio que entristece

O fato de Zé Roberto não mencionar o Palestra como seu clube revelador é totalmente compreensível, mas ele quase nunca lembrar de sua passagem no Alviverde até hoje magoa muitos torcedores.

Nós procuramos ele e a assessoria para falar sobre esse episódio, mas ele jamais respondeu. Em nenhuma reportagem dada por ele até hoje, o nome do Palestra foi sequer mencionado. Por três oportunidades, reportagens procuraram pelo clube para procurar saber mais do fato, mas de uma forma estranha, ele nunca toca no assunto.


Na Lusa do Canindé

O único retorno dado até hoje por ele, foi em 2011. O então diretor Fabio Modolo fez contato com alguém ligadoao atleta. Pensava-se em dar o nome da sala de troféus pra ele, já que ele estava em alta. Ele mandou avisar que até ajudaria com os custos se necessário, mas nunca saiu disso. O Alviverde não tocou a ideia adiante e ele nunca retornou.

Anos depois despontou no cenário nacional jogando pela Portuguesa de Desportos, onde, em 1996, chegou ao vice-campeonato Brasileiro.

Com a Seleção Brasileira, conquistou os títulos da Copa América e Copa das Confederações. Em 1998 disputou o seu primeiro mundial. Reserva de Roberto Carlos, fez parte do grupo de Zagallo na Copa do Mundo. Sem grandes oportunidades, amargurou o banco na França e acabou de fora da Família Scolari pentacampeã do mundo em 2002.

Na Alemanha, país em que viveu os melhores momentos da carreira, deixou sua marca de forma incontestável. Titular absoluto de Carlos Alberto Parreira na Copa do Mundo de 2006, foi considerado pela crítica esportiva um dos principais jogadores do mundial. A combinação de técnica apurada e explosão física lhe garantiu o tão esperado reconhecimento internacional.

Na partida contra Gana, jogo que consagrou o recorde de Ronaldo Nazário como maior goleador da história das Copas, foi eleito pela FIFA o melhor atleta em campo e, ao lado da dupla de ataque formada por Adriano e pelo próprio Fenômeno, balançou as redes para anotar um dos 3 gols brasileiros na goleada da equipe canarinho por 3 a 0. Foi a última vitória do elenco verde-amarelo no mundial da Alemanha, que acabou para o Brasil nas quartas-de-final diante da França. 


Ao término do mundial, Zé Roberto retornou ao Brasil para jogar pelo Santos. Durante os 10 meses em que esteve na Vila Belmiro, foi apontado como o melhor jogador em atividade no país. Na temporada de 2007, levou o Peixe ao título do Campeonato Paulista e ao terceiro lugar da Taça Libertadores da América. Ao término do contrato foi negociado com o Bayer de Munique e depois acertou com o Hamburgo.

Antes do clube alemão, com seu estilo absolutamente requintado, deixou saudades aos torcedores do Bayer Leverkusen, Bayer de Munique e Real Madrid.

Em 2010 seguiu para o Al Gharafa, do Qatar, onde ficou por duas temporadas até acertar sua volta ao futebol brasileiro, mais precisamente com o Grêmio, em 4 de maio de 2012. Permaneceu no Grêmio até 9 de dezembro de 2014, dia em que a diretoria do clube gaúcho anunciou a saída do jogador. Ele não perdeu tempo e ainda em 2014, acertou contrato com o Palmeiras aos 40 anos de idade e em ótima forma física.


Texto de Leandro Giudici

terça-feira, 21 de abril de 2020

Palestra encarou o Palmeiras em 1990

Em 1990, com uma grande equipe formada há vários anos nas bases do clube e jogando junto há bastante tempo, o Palestra, comandado pelo técnico Coppini, que infelizmente nos deixou em 2018, encarou a Sociedade Esportiva Palmeiras que, neste ano também possuía uma forte equipe dirigida ao recém chegado técnico Telê Santana.

O amistoso contra a equipe da Barra Funda foi aguardada com muita ansiedade pelos torcedores palmeirenses na cidade, assim, claro, como para os palestrinos. Assim que o amistoso se confirmou a imprensa local registrou o evento.

A chegada de Telê dava novo fôlego ao Palmeiras que, logo após o fim da Copa na Itália estava nas finais do Campeonato Paulista. Algumas semanas antes, havia encarado e vencido um combinado carioca por estonteantes 9x0, o que deixou o clube do Ferrazópolis, obviamente preocupado. O Alviverde Batateiro era, no entanto, líder da Série B da Terceira Divisão. O técnico Telê não estaria na partida, pois, estava comentando a Copa do Mundo pelo SBT (Sistema Brasileiro de Televisão). O treinador seria Dudu, ex-jogador do Verdão.



O atleta palmeirense Edson Boaro contra o jogador Pereira do Alviverde Batateiro


A partida ocorreu em um sábado no dia 9 de junho e os ingressos custaram Cr$300,00 cruzeiros. Mesmo momento em que a seleção italiana entrava em campo diante da Áustria em Roma. O Palmeiras vinha completo, incluindo o retorno do jovem goleiro Veloso.

A reportagem do jornalista Paulo de Tarso, do Diário do Grande ABC, registra que o diretor do Palestra, Nicola Racciopi, sequestrou o radinho de pilha de um jornalista para acompanhar a partida.

O Palmeiras jogando com seu tradicional uniforme verde e branco contra um Palestra todinho de branco – um belíssimo uniforme – teve dificuldades por conta da dimensão menor do Baetão que sequer sonhava em possuir grama sintética.


Aos 12, os batateiros tiveram a primeira oportunidade com Luís Carlos Gaúcho, veterano e um dos líderes daquele Palestra. A equipe visitante alternava seriedade e displicência, relata a reportagem, nos pés de Júnior, Bandeira e Betinho (cujo último clube foi o Palestra em 2004), enquanto o Alviverde buscava incessantemente o gol com Zetti e Gaúcho. Aliás, o gol palestrino aconteceu. E foi anulado injustamente pelo árbitro Willian Ricci Filho, segundo vários atletas. O jogo terminou em 0x0.

"O Junior recebeu a bola na ponta e fez um lançamento de aproximadamente 25 a 30 metros nas costas do Biro ( lateral esquerdo que estava no lugar do Dida na seleção). Eu cheguei primeiro e mais alto que ele na bola e cabeceei em direção ao chão no lado esquerdo do Veloso que ficou parado vendo só bola bater na trave antes de entrar", conta Hamilton, autor do gol invalidado.

O Palestra atuou com: Eduardo, Luciano, Hilton e Pereira; Eurico (Nenê), Zetti, Luís Pedro (Flávio); Hamilton (Marcelo), Junior (Campioto) e Paçoca (Marga). Tec.: Coppini. A Socieade Esportiva Palmeiras foi de: Veloso, Edson Boaro, Toninho Cecílio, Eduardo, Biro, Junior (Celso Gomes), Betinho e Bandeira, Careca, Bianchesi, Roger (Bulão) e Arnaldo. Tec.: Dudu

O jogador Pereira lembra que o jogador Mirandinha era quem mais preocupava, mas, ele acabou não indo para o amistoso.

A partida ocorreria no estádio do Baetão, onde o clube vinha mandando seus jogos pela Segunda Divisão na oportunidade. Antes, Ferrão da Vila já havia encarado o Santos de Pelé em 1974 e anos antes o Corinthians de Rivelino em 1983. O público ao todo foi de 3. 943 pagantes e o desempenho palestrino foi muito positivo, lembram os atletas.



Na imagem, Pereira, Eurico, Nenê, Marquinhos e Marcelo. Um timaço que deu muito trabalho ao primo rico da Capital.


O diretor à época, Cyro Cassettari, lembra que quem intermediou a vinda do Palmeiras foram os irmãos Cláudio e Zezinho Tofanello, que eram muito amigos do Dudu. Ele lembra ter ido ao Palestra Itália em São Paulo acompanhar o então presidente Domingos Nóbrega Fernandes para a negociação da vinda do Palmeiras.

Palestra, primeiro campeão da Liga Sambernardense

Antes de existir a Liga de Futebol de São Bernardo, a partir de 1947, o Palestra e alguns outros clubes da cidade disputaram competições por outras ligas.
A pioneira foi a Liga Municipal Sambernadense (LEMS), isso quando São Bernardo compreendia a toda região do ABC. A liga durou de 1931 a 1938.
Posteriormente veio a LESA (Liga Esportiva de Santo André), apenas com equipes andreenses. Na sequência, foi criada também a Liga Varzeana de Futebol, com equipes de S.Bernardo.
O Palestra aparece apenas na década de 40 na Liga de Futebol do Estado de São Paulo ao lado de Primeiro de Maio, Corinthians, EC São Bernardo, Cerâmica e São Caetano. Neste mesmo ano o clube disputou o 1° campeonato de sua história.

Na imagem: Tonhão Guazzelli, Nelson Marson, Osmar Galafassi, Bebé, Zeca Cassettari e Noronha; Achados: Nena, Russinho Galafassi, Anjolete, Teleco, Frederico, Baraldi e Vicente Galafassi.

Em 1945, o 2° quadro palestrino foi o campeão da LSF (Liga Santoandreense de Futebol), que era fundada por clubes com sede em São Bernardo. Primeiro título de expressão do Alviverde.
Um ano antes, São Bernardo havia se emancipado, mas, ainda continuou disputando campeonatos organizados pela LSF até 1946, um ano antes da fundação da Liga de Futebol de São Bernardo, que foi criada em 30 de janeiro.
Palestra, ECSB, Meninos, ACE S.Bernardo, Juventude Unida, XX de Setembro, Vila Baeta, União e Guarany foram os clubes fundadores. Adelelmo Setti foi escolhido presidente e Alfredo Sabatini, vice. Adelelmo, pois, abriu mão para que Higino de Lima assumisse.
E o primeiro campeão da Liga foi o Palestra de São Bernardo. Não há registros que detalham a campanha, mas, a final foi diante do União, 0x0. O clube tinha: Tonhão, Nelson Marson, Osmar Galafassi, Bebe, Zeca Cassettari, Noronha, Wladimir Galafassi, Anjolete, Teleco, Frederico Mateus e Angelo Baraldi treinado por Nena, Alfredo Principeza.
Há quem diga que a final ocorreu em 1948, mas, não há comprovação. Em 1949, o campão foi o Vila Baeta e, em 1950, o clube voltou a ser campeão quando já disputava os profissionais. Em breve vamos relacionar todos os campeões municipais.
Não se sabe ao certo, já que a Liga não tem documentos oficiais sobre todos os torneios. Um compêndio que o ex-funcionário municipal e esportista, Divaldo Bizzoto, no entanto, levantou recentemente. O certo é que o Alviverde venceu pelo menos em 1947, 1950, 1972, 1973, 1977 e 1978. São pelo menos seis títulos. O maior vencedor é o Vila Baeta.