terça-feira, 21 de abril de 2020

Palestra encarou o Palmeiras em 1990

Em 1990, com uma grande equipe formada há vários anos nas bases do clube e jogando junto há bastante tempo, o Palestra, comandado pelo técnico Coppini, que infelizmente nos deixou em 2018, encarou a Sociedade Esportiva Palmeiras que, neste ano também possuía uma forte equipe dirigida ao recém chegado técnico Telê Santana.

O amistoso contra a equipe da Barra Funda foi aguardada com muita ansiedade pelos torcedores palmeirenses na cidade, assim, claro, como para os palestrinos. Assim que o amistoso se confirmou a imprensa local registrou o evento.

A chegada de Telê dava novo fôlego ao Palmeiras que, logo após o fim da Copa na Itália estava nas finais do Campeonato Paulista. Algumas semanas antes, havia encarado e vencido um combinado carioca por estonteantes 9x0, o que deixou o clube do Ferrazópolis, obviamente preocupado. O Alviverde Batateiro era, no entanto, líder da Série B da Terceira Divisão. O técnico Telê não estaria na partida, pois, estava comentando a Copa do Mundo pelo SBT (Sistema Brasileiro de Televisão). O treinador seria Dudu, ex-jogador do Verdão.



O atleta palmeirense Edson Boaro contra o jogador Pereira do Alviverde Batateiro


A partida ocorreu em um sábado no dia 9 de junho e os ingressos custaram Cr$300,00 cruzeiros. Mesmo momento em que a seleção italiana entrava em campo diante da Áustria em Roma. O Palmeiras vinha completo, incluindo o retorno do jovem goleiro Veloso.

A reportagem do jornalista Paulo de Tarso, do Diário do Grande ABC, registra que o diretor do Palestra, Nicola Racciopi, sequestrou o radinho de pilha de um jornalista para acompanhar a partida.

O Palmeiras jogando com seu tradicional uniforme verde e branco contra um Palestra todinho de branco – um belíssimo uniforme – teve dificuldades por conta da dimensão menor do Baetão que sequer sonhava em possuir grama sintética.


Aos 12, os batateiros tiveram a primeira oportunidade com Luís Carlos Gaúcho, veterano e um dos líderes daquele Palestra. A equipe visitante alternava seriedade e displicência, relata a reportagem, nos pés de Júnior, Bandeira e Betinho (cujo último clube foi o Palestra em 2004), enquanto o Alviverde buscava incessantemente o gol com Zetti e Gaúcho. Aliás, o gol palestrino aconteceu. E foi anulado injustamente pelo árbitro Willian Ricci Filho, segundo vários atletas. O jogo terminou em 0x0.

"O Junior recebeu a bola na ponta e fez um lançamento de aproximadamente 25 a 30 metros nas costas do Biro ( lateral esquerdo que estava no lugar do Dida na seleção). Eu cheguei primeiro e mais alto que ele na bola e cabeceei em direção ao chão no lado esquerdo do Veloso que ficou parado vendo só bola bater na trave antes de entrar", conta Hamilton, autor do gol invalidado.

O Palestra atuou com: Eduardo, Luciano, Hilton e Pereira; Eurico (Nenê), Zetti, Luís Pedro (Flávio); Hamilton (Marcelo), Junior (Campioto) e Paçoca (Marga). Tec.: Coppini. A Socieade Esportiva Palmeiras foi de: Veloso, Edson Boaro, Toninho Cecílio, Eduardo, Biro, Junior (Celso Gomes), Betinho e Bandeira, Careca, Bianchesi, Roger (Bulão) e Arnaldo. Tec.: Dudu

O jogador Pereira lembra que o jogador Mirandinha era quem mais preocupava, mas, ele acabou não indo para o amistoso.

A partida ocorreria no estádio do Baetão, onde o clube vinha mandando seus jogos pela Segunda Divisão na oportunidade. Antes, Ferrão da Vila já havia encarado o Santos de Pelé em 1974 e anos antes o Corinthians de Rivelino em 1983. O público ao todo foi de 3. 943 pagantes e o desempenho palestrino foi muito positivo, lembram os atletas.



Na imagem, Pereira, Eurico, Nenê, Marquinhos e Marcelo. Um timaço que deu muito trabalho ao primo rico da Capital.


O diretor à época, Cyro Cassettari, lembra que quem intermediou a vinda do Palmeiras foram os irmãos Cláudio e Zezinho Tofanello, que eram muito amigos do Dudu. Ele lembra ter ido ao Palestra Itália em São Paulo acompanhar o então presidente Domingos Nóbrega Fernandes para a negociação da vinda do Palmeiras.

Palestra, primeiro campeão da Liga Sambernardense

Antes de existir a Liga de Futebol de São Bernardo, a partir de 1947, o Palestra e alguns outros clubes da cidade disputaram competições por outras ligas.
A pioneira foi a Liga Municipal Sambernadense (LEMS), isso quando São Bernardo compreendia a toda região do ABC. A liga durou de 1931 a 1938.
Posteriormente veio a LESA (Liga Esportiva de Santo André), apenas com equipes andreenses. Na sequência, foi criada também a Liga Varzeana de Futebol, com equipes de S.Bernardo.
O Palestra aparece apenas na década de 40 na Liga de Futebol do Estado de São Paulo ao lado de Primeiro de Maio, Corinthians, EC São Bernardo, Cerâmica e São Caetano. Neste mesmo ano o clube disputou o 1° campeonato de sua história.

Na imagem: Tonhão Guazzelli, Nelson Marson, Osmar Galafassi, Bebé, Zeca Cassettari e Noronha; Achados: Nena, Russinho Galafassi, Anjolete, Teleco, Frederico, Baraldi e Vicente Galafassi.

Em 1945, o 2° quadro palestrino foi o campeão da LSF (Liga Santoandreense de Futebol), que era fundada por clubes com sede em São Bernardo. Primeiro título de expressão do Alviverde.
Um ano antes, São Bernardo havia se emancipado, mas, ainda continuou disputando campeonatos organizados pela LSF até 1946, um ano antes da fundação da Liga de Futebol de São Bernardo, que foi criada em 30 de janeiro.
Palestra, ECSB, Meninos, ACE S.Bernardo, Juventude Unida, XX de Setembro, Vila Baeta, União e Guarany foram os clubes fundadores. Adelelmo Setti foi escolhido presidente e Alfredo Sabatini, vice. Adelelmo, pois, abriu mão para que Higino de Lima assumisse.
E o primeiro campeão da Liga foi o Palestra de São Bernardo. Não há registros que detalham a campanha, mas, a final foi diante do União, 0x0. O clube tinha: Tonhão, Nelson Marson, Osmar Galafassi, Bebe, Zeca Cassettari, Noronha, Wladimir Galafassi, Anjolete, Teleco, Frederico Mateus e Angelo Baraldi treinado por Nena, Alfredo Principeza.
Há quem diga que a final ocorreu em 1948, mas, não há comprovação. Em 1949, o campão foi o Vila Baeta e, em 1950, o clube voltou a ser campeão quando já disputava os profissionais. Em breve vamos relacionar todos os campeões municipais.
Não se sabe ao certo, já que a Liga não tem documentos oficiais sobre todos os torneios. Um compêndio que o ex-funcionário municipal e esportista, Divaldo Bizzoto, no entanto, levantou recentemente. O certo é que o Alviverde venceu pelo menos em 1947, 1950, 1972, 1973, 1977 e 1978. São pelo menos seis títulos. O maior vencedor é o Vila Baeta.