O amistoso contra a equipe da Barra Funda foi aguardada com muita ansiedade pelos torcedores palmeirenses na cidade, assim, claro, como para os palestrinos. Assim que o amistoso se confirmou a imprensa local registrou o evento.
A chegada de Telê dava novo fôlego ao Palmeiras que, logo após o fim da Copa na Itália estava nas finais do Campeonato Paulista. Algumas semanas antes, havia encarado e vencido um combinado carioca por estonteantes 9x0, o que deixou o clube do Ferrazópolis, obviamente preocupado. O Alviverde Batateiro era, no entanto, líder da Série B da Terceira Divisão. O técnico Telê não estaria na partida, pois, estava comentando a Copa do Mundo pelo SBT (Sistema Brasileiro de Televisão). O treinador seria Dudu, ex-jogador do Verdão.
O atleta palmeirense Edson Boaro contra o jogador Pereira do Alviverde Batateiro |
A partida ocorreu em um sábado no dia 9 de junho e os ingressos custaram Cr$300,00 cruzeiros. Mesmo momento em que a seleção italiana entrava em campo diante da Áustria em Roma. O Palmeiras vinha completo, incluindo o retorno do jovem goleiro Veloso.
A reportagem do jornalista Paulo de Tarso, do Diário do Grande ABC, registra que o diretor do Palestra, Nicola Racciopi, sequestrou o radinho de pilha de um jornalista para acompanhar a partida.
O Palmeiras jogando com seu tradicional uniforme verde e branco contra um Palestra todinho de branco – um belíssimo uniforme – teve dificuldades por conta da dimensão menor do Baetão que sequer sonhava em possuir grama sintética.
Aos 12, os batateiros tiveram a primeira oportunidade com Luís Carlos Gaúcho, veterano e um dos líderes daquele Palestra. A equipe visitante alternava seriedade e displicência, relata a reportagem, nos pés de Júnior, Bandeira e Betinho (cujo último clube foi o Palestra em 2004), enquanto o Alviverde buscava incessantemente o gol com Zetti e Gaúcho. Aliás, o gol palestrino aconteceu. E foi anulado injustamente pelo árbitro Willian Ricci Filho, segundo vários atletas. O jogo terminou em 0x0.
"O Junior recebeu a bola na ponta e fez um lançamento de aproximadamente 25 a 30 metros nas costas do Biro ( lateral esquerdo que estava no lugar do Dida na seleção). Eu cheguei primeiro e mais alto que ele na bola e cabeceei em direção ao chão no lado esquerdo do Veloso que ficou parado vendo só bola bater na trave antes de entrar", conta Hamilton, autor do gol invalidado.
O Palestra atuou com: Eduardo, Luciano, Hilton e Pereira; Eurico (Nenê), Zetti, Luís Pedro (Flávio); Hamilton (Marcelo), Junior (Campioto) e Paçoca (Marga). Tec.: Coppini. A Socieade Esportiva Palmeiras foi de: Veloso, Edson Boaro, Toninho Cecílio, Eduardo, Biro, Junior (Celso Gomes), Betinho e Bandeira, Careca, Bianchesi, Roger (Bulão) e Arnaldo. Tec.: Dudu
O jogador Pereira lembra que o jogador Mirandinha era quem mais preocupava, mas, ele acabou não indo para o amistoso.
A partida ocorreria no estádio do Baetão, onde o clube vinha mandando seus jogos pela Segunda Divisão na oportunidade. Antes, Ferrão da Vila já havia encarado o Santos de Pelé em 1974 e anos antes o Corinthians de Rivelino em 1983. O público ao todo foi de 3. 943 pagantes e o desempenho palestrino foi muito positivo, lembram os atletas.
Na imagem, Pereira, Eurico, Nenê, Marquinhos e Marcelo. Um timaço que deu muito trabalho ao primo rico da Capital. |
O diretor à época, Cyro Cassettari, lembra que quem intermediou a vinda do Palmeiras foram os irmãos Cláudio e Zezinho Tofanello, que eram muito amigos do Dudu. Ele lembra ter ido ao Palestra Itália em São Paulo acompanhar o então presidente Domingos Nóbrega Fernandes para a negociação da vinda do Palmeiras.
muito legal, foi bacana saber que o Palestra tinha enfrentado o Palmeiras mesmo sendo num amistoso.
ResponderExcluirBom dia, sou ex atleta da base . Gostaria de saber se vcs tem fotos desta epoca
ResponderExcluirOrgulho de ter vestido essa camisa, abraço